quinta-feira, 28 de março de 2013



Em Habana, o festival de carros antigos transitando pelas ruas expõe ao perigo os turistas que, fascinados e hipnotizados, vão para o meio do asfalto em busca de melhores ângulos para os registros fotográficos. Diferente do que se pensa, o cubano tem orgulho do seu automóvel e o dirige como se estivesse guiando uma Mercedes Benz do ano.

No mercado cubano, um automóvel antigo pode alcançar o preço de um imóvel em bairros mais simples de Havana, ou seja, $ 6 mil pesos convertidos, o mesmo que R$ 13 mil reais. Outros, dependendo do estado, podem custar mais que o triplo. Nelson Alvarez Sardiñas, 31, só vende o seu Chevrolet Belair, 1953, a quem lhe oferecer U$ 30 mil dólares. Um turista até pode comprar, mas não vai poder levar para outro país. 

Os automóveis antigos são usados como táxis. A maioria deles faz as chamadas rotas fixas. A exemplo das nossas vans, vão pegando passageiros pelo caminho ao custo de $ 10 pesos nacionais. Para se ter uma ideia, paga-se o equivalente a 90 centavos de real por passageiro. Os mais impecáveis em manutenção são usados como táxi particular. Neste caso, o valor é cobrado em pesos convertidos e não há taxímetro.

A maior parte da frota de carros antigos de Cuba é do período pré-revolução. Sem acesso as peças de reposição, os veículos são adaptados com motor Toyota. Por isso são abastecidos com “petróleo”, como é conhecido pelos cubanos o óleo diesel. Por outro lado, os motoristas que não possuem condições de promover as adaptações necessárias, são frequentemente vistos com seus veículos enguiçados. 

terça-feira, 26 de março de 2013


Outra crença equivocada é a de que tudo é caro em Cuba. Não, talvez tudo seja caro para o cubano, cujo salário médio gira em torno dos $ 30 pesos convertidos. Entretanto, ele recebe em moeda oficial cubana, que representa $780 pesos nacionais. “Assim como eu, um médico aqui em Cuba não tem condições de frequentar um restaurante como este”, revelou um cubano convidado para o jantar.
Muitos cubanos são proprietários de seus apartamentos. Foram adquiridos junto ao governo ao preço de $2 pesos nacionais por mês. A única taxa cobrada é da água, ao custo de $ 2 pesos nacionais. Entretanto, por ser salobra você passa muito tempo tentando fazer espuma com o sabonete. A conta de luz, fornecida por empresa mista, é o terror do cubano. Uma família cubana da periferia, composta por quatro pessoas, paga em média $ 80 pesos nacionais do seu salário.
Os prédios e casas da periferia, diferentes das casas de Vedado, bairro nobre de Havana, sofrem com a falta de manutenção, fornecida, esporadicamente, pelo governo na figura de um encarregado. É comum ver reuniões de cubanos na Praça dos Leões, que, de posse de fotos de quartos, banheiros e cozinhas coladas em cartazes, oferecem seus imóveis para troca ou venda.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Passaporte em branco




O que você vai fazer lá? A maioria dos amigos brasileiros faz essa mesma pergunta a quem pretende viajar para Cuba. Resultado de resquício preconceituoso, pensamos em um país com todas as características provenientes de um socialismo e que vive um grave embargo econômico. O turismo, de certo modo, salvou a pátria e foi a saída para trazer um alento econômico. O peso convertible de Cuba, moeda a que o turista deve usar na ilha, é mais valorizado que o dólar. A extraoficial ameaça  americana de vetar a entrada nos EUA a quem possuir o carimbo no passaporte de um visto de entrada em Cuba pode ser a explicação para uma realidade que, na verdade, é mais uma estratégia catrista.

US$ 25 dólares é o valor o que o turista paga pela taxa aeroportuária. O bilhete é adquirido durante a  escala em Lima ou Bogotá. Este documento receberá o carimbo do visto de entrada em Cuba, permanecendo com o viajante até que ele passe pelo aeroporto internacional José Martí La Habana ao retornar. O seu passaporte não levará qualquer lembrança cubana por sua passagem pela ilha. Somente o carimbo no bilhete da companhia aérea (foto). Você poderá conhecer os Estados Unidos e até voltar à Cuba, sem maiores problemas. Será que isso tem fundamento?