Em Habana, o festival de carros
antigos transitando pelas ruas expõe ao perigo os turistas que, fascinados e
hipnotizados, vão para o meio do asfalto em busca de melhores ângulos para os
registros fotográficos. Diferente do que se pensa, o cubano tem orgulho do seu automóvel
e o dirige como se estivesse guiando uma Mercedes Benz do ano.
No mercado cubano, um
automóvel antigo pode alcançar o preço de um imóvel em bairros mais simples de
Havana, ou seja, $ 6 mil pesos convertidos, o mesmo que R$ 13 mil reais. Outros, dependendo do estado,
podem custar mais que o triplo. Nelson Alvarez Sardiñas, 31, só vende o seu Chevrolet Belair,
1953, a quem lhe oferecer U$ 30 mil dólares. Um turista até pode comprar, mas
não vai poder levar para outro país.
Os automóveis antigos são usados
como táxis. A maioria deles faz as chamadas rotas fixas. A exemplo das nossas
vans, vão pegando passageiros pelo caminho ao custo de $ 10 pesos nacionais. Para
se ter uma ideia, paga-se o equivalente a
90 centavos de real por passageiro. Os mais impecáveis em manutenção são usados
como táxi particular. Neste caso, o valor é cobrado em pesos convertidos e não há taxímetro.
A maior parte da frota de carros
antigos de Cuba é do período pré-revolução. Sem acesso as peças de reposição,
os veículos são adaptados com motor Toyota. Por isso são abastecidos com “petróleo”,
como é conhecido pelos cubanos o óleo diesel. Por outro lado, os motoristas que
não possuem condições de promover as adaptações necessárias, são frequentemente
vistos com seus veículos enguiçados.
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