quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015




Em novembro de 2014, cinco meses após o fiasco na Copa do Mundo,  a seleção brasileira vivia uma nova crise. Thiago Silva reclamava, ao planeta, a sua destituição como capitão da equipe. No lugar do experiente jogador, o técnico Leão contemplou o garoto Neymar.  Ao ser substituído na vitória contra a Áustria, Neymar atravessou o campo e, demonstrando maturidade, colocou a braçadeira no braço de Thiago Silva, que, por sua vez, ofereceu o rosto para um beijo que não aconteceu.

Tentando atravessar um precipício, que separa as duas realidades, ou seja, futebol profissional e amador, me esforço em buscar, na observação, as nuances próprias desse esporte, já que como o sexo e o dinheiro, o jogo não precisa de sinais ou tradução, pois que sua linguagem é universal.

Toda e qualquer cena, dentro, ou fora, das quatro linhas, em se tratando de futebol, será interpretada instantaneamente pelo mais simplório dos seus amantes. Na primeira partida da final da Copa Rural 2014, em que o Estrela do Mar venceu o São Lourenço, ao ser substituído, o atacante Filipe foi até o meia Nias para lhe entregar a braçadeira de capitão. Entretanto, estranhamente, o experiente jogador a rejeitou.

Em sua mais básica interpretação, a ação, ou reação, descrita, definitivamente, não se resume ao cenário das quatro linhas ou ao seu tempo de noventa minutos. Ela tem cenas anteriores, em linhas menos retas, cujos capítulos perdemos. Entretanto, estamos tratando de dois grandes e vitoriosos atletas do futebol rural: Nias, meio campo habilidoso, e Filipe, goleador nato.


Neste quinto parágrafo, sem querer polemizar, e assumindo a minha Liberdade de Expressão, direito difundido via satélite para o Mundo, quero citar uma opinião bem particular: a braçadeira de capitão nunca deveria ter deixado o braço do jogador Wallace. Acredito ser este o único detentor das principais características inerentes a um CAPITÃO.

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