quarta-feira, 17 de abril de 2013

Pardal irrita friburguense

 
Sem aviso prévio, mais um pardal foi instalado em Nova Friburgo, pegando motoristas de surpresa. E, para complicar, o instrumento está posicionado a poucos metros de um enorme banner onde se vê uma mulher de calcinha. "A mulher é muito gostosa, mas você paga muito caro só pra olhar", reclamou o motorista José Vicente Celestino, multado após distrair-se.
 
Apesar de inúmeras reportagens realizadas pelo Fantástico, a revista eletrônica da rede Globo de Televisão,  denunciando a farra dos pardais, que visam apenas a lucrativa arrecadação, os aparelhos continuam sendo instalados indistintamente pelo Brasil, prejudicando o orçamento dos contribuintes.
 
Cidadãos friburguenses, irritados com a falta de respeito, pretendem realizar um movimento contra o abuso. Somente empresas de ônibus são avisadas sobre a instalação e sua localização. Enquanto isso, em Nova Friburgo e no resto do país, ruas, estradas, os hospitais públicos, as escolas e as vítimas das tragédias causadas pelas chuvas continuam em recorrente abandono.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Tradição Histórica de Cuba






As tradições culturais de um país ajudam, de forma indelével, a construir a personalidade e o orgulho de um povo. Definido nas suas tradições históricas, Cuba preserva suas memórias e dá respaldo a consciência política, permitindo, assim, a abrangência e o reconhecimento internacional quando o assunto é a crítica ao sistema. Veja como se destacou a blogueira Yoani Sánches. Notoriedade que dificilmente alcançaria um crítico ao regime brasileiro.

 O famoso “canhonaço”,  evento que acontece todos os dias no forte de Habana, é motivo de orgulho para os cubanos.  Dotado de um museu arqueológico, onde se pode visitar a sala de comandância em que Che Guevara despachou na chegada dos revolucionários, a fortaleza, de colonização ibérica, inicia o evento às 20:40 horas. Cerca de cinquenta jovens, com suas indumentárias típicas de soldados do século XIX, desfilam com armas e, ao som das típicas batidas militares, de tambores e trompetes, dão origem a encenação secular, lembrando a guerra da Independência, declarada em 10 de outubro de 1898.

Os soldados marcham a um ponto mais elevado do forte, com vista para Habana, e, obedecendo a um protocolo iniciado em meados do século XVIII, encenam a explosão de um canhão. Após os aplausos do público, constituído em sua maioria por turistas, a marcha militar retorna pelo mesmo caminho, pondo um ponto final ao evento. O ingresso para o canhonaço, que é repetido diariamente, exceto em dias chuvosos, custa $ 5 pesos convertidos para o turista, cerca de R$ 21 reais.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Vaidade Socialista






A polêmica visita da blogueira Yoani Sanches, na primeira quinzena de março deste ano, ao Brasil, sem dúvida, nos serviu como parâmetro. Não somente para uma analise critica, que realizamos, a partir de uma pessoa comum, ao regime socialista, como também para uma visão superficial dos costumes do cidadão cubano, que ela nos deu na representação de sua indumentária.

Independente da sua especulada condição, ou seja, uma crítica do regime de Fidel e Raul Castro ou uma agente da CIA,  Yoani chamou a atenção por sua total falta de vaidade. Cabelo ressecado, comprido e sem um corte definido, pele mal tratada e roupas feias, a blogueira forjou o sofrimento e em nada representou o que, na verdade, é o cubano.

Do cubano da periferia aos privilegiados moradores dos bairros nobres de Havana, como Vedado, por exemplo, o que se vê são pessoas vaidosas, com uma postura altiva, que procuram, dentro das limitações, vestir-se bem e, principalmente, com absoluto cuidado aos cabelos.

Nosso guia em Havana, Luiz Carlos (foto de óculos), um jovem de 22 anos, morador da periferia, não somente nos orientou por bairros, ruas, museus e restaurantes, como foi enfático ao criticar a roupa que vestíamos para uma festa em Vedado, nos mostrando a moda cubana vigente. “Você não tem uma camisa de malha com gola em V?”, questionou, Luiz, mostrando que usava uma por baixo de um vistoso casaco de lã aberto, calça jeans, justa, de cor bege, boca fina e pescando siri, e sapatos sem meias.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Dignidade de uma nação

 
A Ilha mais famosa do Mar do Caribe, de Fidel e Chê, está comemorando, em 2013, o 54º ano da Revolución, ocorrida em 1959. A cultura revolucionária e os seus heróis, em que cinco deles se encontram em prisões americanas, são lembrados através de inúmeros cartazes, pinturas e outdoors espalhados por toda a Havana.

A dignidade do povo cubano e a ausência da criminalidade, onde não se tem notícias de uso de arma de fogo, apesar da vida difícil, são herança da luta histórica da construção do socialismo. René, Fernando, Geraldo, Ramón e Antonio, presos nos EUA, foram agentes, desarmados, infiltrados, em meio aos milhares de migrantes que deixaram Cuba no início da década de 1990.

A missão era casar, fazer parte da vida social e penetrar nos núcleos terroristas americanos e, assim, passar informações. Por isso, viver em meio a privações não deixa de ser, na verdade, um ato heroico exercido por cada cidadão cubano. 

quinta-feira, 28 de março de 2013



Em Habana, o festival de carros antigos transitando pelas ruas expõe ao perigo os turistas que, fascinados e hipnotizados, vão para o meio do asfalto em busca de melhores ângulos para os registros fotográficos. Diferente do que se pensa, o cubano tem orgulho do seu automóvel e o dirige como se estivesse guiando uma Mercedes Benz do ano.

No mercado cubano, um automóvel antigo pode alcançar o preço de um imóvel em bairros mais simples de Havana, ou seja, $ 6 mil pesos convertidos, o mesmo que R$ 13 mil reais. Outros, dependendo do estado, podem custar mais que o triplo. Nelson Alvarez Sardiñas, 31, só vende o seu Chevrolet Belair, 1953, a quem lhe oferecer U$ 30 mil dólares. Um turista até pode comprar, mas não vai poder levar para outro país. 

Os automóveis antigos são usados como táxis. A maioria deles faz as chamadas rotas fixas. A exemplo das nossas vans, vão pegando passageiros pelo caminho ao custo de $ 10 pesos nacionais. Para se ter uma ideia, paga-se o equivalente a 90 centavos de real por passageiro. Os mais impecáveis em manutenção são usados como táxi particular. Neste caso, o valor é cobrado em pesos convertidos e não há taxímetro.

A maior parte da frota de carros antigos de Cuba é do período pré-revolução. Sem acesso as peças de reposição, os veículos são adaptados com motor Toyota. Por isso são abastecidos com “petróleo”, como é conhecido pelos cubanos o óleo diesel. Por outro lado, os motoristas que não possuem condições de promover as adaptações necessárias, são frequentemente vistos com seus veículos enguiçados. 

terça-feira, 26 de março de 2013


Outra crença equivocada é a de que tudo é caro em Cuba. Não, talvez tudo seja caro para o cubano, cujo salário médio gira em torno dos $ 30 pesos convertidos. Entretanto, ele recebe em moeda oficial cubana, que representa $780 pesos nacionais. “Assim como eu, um médico aqui em Cuba não tem condições de frequentar um restaurante como este”, revelou um cubano convidado para o jantar.
Muitos cubanos são proprietários de seus apartamentos. Foram adquiridos junto ao governo ao preço de $2 pesos nacionais por mês. A única taxa cobrada é da água, ao custo de $ 2 pesos nacionais. Entretanto, por ser salobra você passa muito tempo tentando fazer espuma com o sabonete. A conta de luz, fornecida por empresa mista, é o terror do cubano. Uma família cubana da periferia, composta por quatro pessoas, paga em média $ 80 pesos nacionais do seu salário.
Os prédios e casas da periferia, diferentes das casas de Vedado, bairro nobre de Havana, sofrem com a falta de manutenção, fornecida, esporadicamente, pelo governo na figura de um encarregado. É comum ver reuniões de cubanos na Praça dos Leões, que, de posse de fotos de quartos, banheiros e cozinhas coladas em cartazes, oferecem seus imóveis para troca ou venda.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Passaporte em branco




O que você vai fazer lá? A maioria dos amigos brasileiros faz essa mesma pergunta a quem pretende viajar para Cuba. Resultado de resquício preconceituoso, pensamos em um país com todas as características provenientes de um socialismo e que vive um grave embargo econômico. O turismo, de certo modo, salvou a pátria e foi a saída para trazer um alento econômico. O peso convertible de Cuba, moeda a que o turista deve usar na ilha, é mais valorizado que o dólar. A extraoficial ameaça  americana de vetar a entrada nos EUA a quem possuir o carimbo no passaporte de um visto de entrada em Cuba pode ser a explicação para uma realidade que, na verdade, é mais uma estratégia catrista.

US$ 25 dólares é o valor o que o turista paga pela taxa aeroportuária. O bilhete é adquirido durante a  escala em Lima ou Bogotá. Este documento receberá o carimbo do visto de entrada em Cuba, permanecendo com o viajante até que ele passe pelo aeroporto internacional José Martí La Habana ao retornar. O seu passaporte não levará qualquer lembrança cubana por sua passagem pela ilha. Somente o carimbo no bilhete da companhia aérea (foto). Você poderá conhecer os Estados Unidos e até voltar à Cuba, sem maiores problemas. Será que isso tem fundamento?